O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um transtorno do neurodesenvolvimento que causa na pessoa comportamentos repetitivos e restritos, dificuldades de interação social e, principalmente, de comunicação.
Os primeiros sinais do TEA aparecem no início do desenvolvimento da criança, por volta dos 12 aos 18 meses, ou mesmo antes. A criança parece viver em um mundo particular, com capacidade limitada para se comunicar e também para interagir.
E como o desenvolvimento da linguagem é essencial para que essa criança passe a se relacionar com as pessoas ao seu redor, é mais do que necessário estimular e promover a sua comunicação, mesmo que ela ainda não fale.
Muitas famílias aguardam que a criança verbalize as primeiras palavras por volta de um ano de idade, mas se esquecem de estimular nela a capacidade de se comunicar de outras formas. E isso acontece através da interação, da afetividade, do brincar apropriado, do olho no olho, do estímulo à linguagem funcional.
Mas o que é a linguagem funcional no Autismo?
A linguagem funcional no autismo compreende qualquer forma de comunicação compreensível, não necessariamente verbal, que pode envolver gestos, ato motor, olhares ou outros recursos da comunicação. Algo que pode ser estimulado pela família, como veremos a seguir.
O termo funcional relaciona-se ao meio pelo qual o indivíduo comunica espontaneamente suas vontades, seus desejos e necessidades para os outros, sendo este um conceito essencial quando pensamos no bem-estar e na qualidade de vida de uma pessoa com TEA.
Pensando nisso, é importante que existam estratégias e instrumentos capazes de auxiliar neste processo. Que tanto profissionais, quanto cuidadores e familiares possam estimular a linguagem funcional em crianças com Transtorno do Espectro Autista, de forma simples, mas extremamente eficaz.
Como este estímulo pode ser realizado?
Antes de falarmos de estratégias para melhorar as habilidades de linguagem nos autistas, é importante lembrarmos que não deve haver qualquer pressão neste processo, para que a criança se expresse de uma maneira diferente ou que ainda não consegue.
A imitação é uma das estratégias que podem ser adotadas, e uma das grandes bases da aprendizagem. Antes da criança conseguir imitar comportamentos verbais, é essencial que tenha estímulos de imitação motora, como dar oi, mandar beijinho e acenar.
E numa fase inicial, é importante ajudar fisicamente a criança a imitar os gestos, até que, progressivamente, ela vá reproduzindo os comportamentos sozinha.
Também é possível provocar situações em que a criança precisa fazer o ato comunicativo para obter algo.
Exemplos são colocar à vista algo que ela gosta; dar coisas incompletas para que ela tenha que pedir – como uma sobremesa sem colher; ou dar um alimento aos poucos, para que ela sinta a necessidade de pedir mais.
É possível sempre utilizar gestos ou sons junto de palavras, objetos ou brincadeiras, para que a criança consiga gravar a informação auditiva verbal.
A pessoa que está interagindo com a criança pode servir de modelo para que ela veja o movimento da boca ao falar determinada palavra, e para isso essa pessoa precisa estar interagindo de frente com a criança.
Atividades e tarefas do dia a dia podem ser utilizadas como oportunidades para ensinar a criança a se comunicar.
O processo pode se tornar mais divertido ao adicionar elementos de interesse da criança, como músicas, jogos ou personagens.
A curiosidade da criança pode ser estimulada ao se colocar itens em caixas, envolvendo-a em uma história, causando mistério.
A tecnologia pode ser um recurso utilizado, já que há diversos softwares e suportes visuais que podem estimular tanto a fala quanto o desenvolvimento da criança.
Lembre-se que é importante apenas dar demandas que a criança consiga realizar, mesmo que, em alguns momentos, seja necessário ajudá-la.
Busque não repetir as instruções, já que ela pode achar que não precisa cumprir a tarefa na primeira vez em que ela for solicitada.
Neste processo, é importante que a criança se sinta livre para falar, para se expressar, sem medo de errar ou pressão para acertar.
E é essencial, também, que ela seja elogiada pelas tarefas cumpridas, para manter a sua motivação e o seu envolvimento.
Você gostou deste conteúdo? Compartilhe com pessoas que necessitam saber mais a respeito.
Para saber mais sobre o tema, não deixe de conferir:
- [E-BOOK] Conheça o Autismo – Do Diagnóstico aos Cuidados para a Vida.
- Conheça o SER CADIA! Um novo jeito de cuidar e aprender.
Cuidar de você. Esse é o plano.
Unimed Alto Uruguai/RS